finada cultura

o preto e o branco deste lugar é o mesmo preto e branco daquele que se espalha pelo corpo da cadela. 

há mais brancos do que pretos. uns, bem poucos é verdade, ainda são amarelos. mas são os pelos pretos que dão nela o maior destaque. e fazem dela o que chamam por aí de paulistinha. dorme profundamente em seu travesseiro.

aqui, de modo igual são as pretas que dão maior contraste. do contrário seria apenas uma página em branco sem escrita alguma. 

quanto à ela, é quase surda. quase cega. mas só quando convém. não sinto pena da cadela. pois ela tem um lar. comida. água fresca. sinto mais é do poeta que rompe o silêncio, mas não é visto e nem ouvido. muito menos lido. é como se fosse invisível. inexistente. e assim vai indo. se esvaindo com seus pergaminhos. passando sede, às vezes fome. 

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