o teor de cada um e o terror

a escrita para quem escreve se parece com uma bebida forte daquelas que poucos pedem ou bebem no botequim da esquina. e existe apenas para estar ali pegando a poeira do lugar. talvez por isso fante disse pergunte ao pó e um sabido se ligou disso e fez do cara um dos maiores da existência... é algo raro... e quem é que gosta de coisas raras? de um brechó de discos usados? se todos gostam é daquilo que vende e rende mais. seja aquilo, você é isso... ah, mas que se foda! bando de mongolão! os mais antigos e já falecidos acreditavam pelo menos que eram bons na arte. na libertinagem. na cafajestice. na angústia, do graciliano. na fantasia de serem lidos, de um dia ficarem famosos. pelo teor alcoólico de cada um. ao menos todos os que já li pensavam assim, sentiam-se os fodões da máquina de escrever muito embora e sabendo disso eram uns fodidos que viviam devendo até o aluguel do quarto do hotel... aliás todos tinham muito em comum. queriam ficar ricos assim do nada, pra beber e comer tudo aquilo que o mundo tem de bom pra dar... até o cu fazer bico. tipo aquele trago horroroso que anseia pelo dia de finalmente e pelo bico, ser bebido pela mulher mais bonita que aparecer no bar... um dia de repente uma desavisada aparece. de repente algum editor passa por aqui também. pois hoje já nem se trata de ser o maior dos maiores ou o pior entre os piores. se trata de não conseguir nada disso. e sim alguns milhões de desocupados dispostos a pagar sabe-se-lá o quê por um livro de autoajuda a fim de aliviar o terror de suas mentes. 

Comentários